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Dólar deve elevar preço da energia de Itaipu, diz executivo

A forte valorização dólar frente ao real neste ano exercerá uma pressão de alta sobre a tarifa de energia vendida pela hidrelétrica Itaipu em 2016, afirmou nesta segunda-feira o diretor-geral da usina, Jorge Miguel Samek.

Ele explicou que o cálculo para a definição da tarifa da usina neste ano levou em consideração um dólar a 2,60 reais, mas a moeda norte-americana acumula alta de mais de 50 por cento neste ano e fechou cotada a 4,10 reais nesta quinta-feira.

Samek estima que o valor da energia gerada por Itaipu será mantida em cerca de 37 dólares por megawatts-hora em 2016, mesmo patamar deste ano.

O impacto na tarifa viria da conversão do valor em dólares em reais.

"A pressão da energia de Itaipu para o ano (de 2016) é altista, mas ninguém imagina que o dólar vai continuar subindo acima dos 4 (reais), mas também não voltará para os 2,60 (reais). Talvez (volte para) uns 3,40 ou 3,50 (reais)", frisou Samek, após participar de um evento na sede da FGV Energia.

Itaipu tem até novembro para definir o dólar que será usado para compor o valor da tarifa de 2016.

A energia de Itaipu é comprada num sistema de cota por mais de 40 concessionárias do país, a maioria das regiões Sul e Sudeste.

Samek disse que aposta numa melhora do regime hidrológico para minimizar ou até anular o impacto da alta da divisa norte-americana sobre as tarifas. Segundo ele, as chuvas já se intensificaram na região Sul, elevando o nível dos reservatórios.

Se a previsão de melhora do regime hidrológico se confirmar, mais térmicas seriam desligadas e as próprias concessionárias, que têm geração de energia, poderiam ter suas finanças mais equilibradas.

"Se isso acontecer a energia pode até não subir mesmo com a alta do dólar", disse. "Assim as planilhas de custo das empresas que serão levadas para o reajuste periódico autorizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) será com mais folga", adicionou.

A expectativa de Samek é que a produção de Itaipu suba em 2016 para mais de 90 milhões de megawatts-hora, contra cerca de 87 milhões de megawatts-hora deste ano.

O contrato de Itaipu prevê que tudo que é produzido além de 75 milhões de megawatts-hora seja transformado em uma espécie de bônus para o consumidor

 



Publicado em 29 de setembro de 2015 / Revista Exame/Abril


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