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Qual será o futuro do BIM no Brasil?

O futuro do BIM no Brasil está ligado ao aumento da produtividade da Construção Civil. O BIM é uma plataforma ampla, aberta, colaborativa e que permite a integração da cadeia produtiva. O BIM não é um fim em si mesmo, mas um agente catalisador que pode acelerar o aumento da produtividade da indústria da construção. Apesar da maior contribuição do setor de construção para o crescimento econômico no Brasil, a sua produtividade vem caindo há 20 anos, Figura 1.

Figura 1 : Queda de produtividade da Construção no Brasil

Fonte: extraído de McKinsey Global Institute: Reinventing Construction: A Route To Higher Productivity. Fev 2017

O equipamento de obra é alugado frequentemente e os trabalhadores são contratados apenas quando necessários. Dadas essas relações de trabalho transitórias e uma abundância de mão-de-obra local barata, em geral as empresas não investem em capacitação. Também não existem incentivos eficazes para investir em formas de reduzir custos e tempo em projetos, o que levaria a uma maior produtividade.

Globalmente, o custo do capital ainda é alto em comparação com o do trabalho. Há muita volatilidade na demanda, o que significa que as empresas optam pela mão-de-obra mais flexível. Uma grande porcentagem do setor de construção no Brasil é informal, reduzindo o acesso das empresas ao crédito que necessitam para investir em tecnologia. O investimento em máquinas para substituir a mão-de-obra não melhorou significativamente a eficiência, porque os processos construtivos não evoluem – as empresas de construção civil continuam a empilhar tijolos. Figura 2.

Figura 2 : Crescimento de produtividade na AEC entre 1995-2015. Observar o crescimento negativo do Brasil

Fonte: extraído de McKinsey Global Institute: Reinventing Construction: A Route To Higher Productivity. Fev 2017

Esse contexto permite vislumbrar o BIM como um grande facilitador para a mudança de patamar da produtividade atual da indústria. Saliento alguns pontos chave para o seu futuro:

  • Repensar o processo de projeto e os processos da engenharia de construção
  • Melhorar a execução da obra utilizando sistemas de planejamento baseados no Last Planner System com a medição de índices de desempenho e o uso do “olhar a diante” (look ahead planning)
  • Difundir a tecnologia digital, o desenvolvimento de novos materiais e o uso da automação avançada
  • Revisão dos contratos de construção com a criação de parcerias que podem reduzir os custos através de novos modelos de contratação como o IPD (Integrated Project Delivery), modelo onde os custos e riscos são compartilhados. Esse modelo viabiliza o BIM envolvendo o incorporador, projetistas e construtor sobre ‘o mesmo teto’ e minimizando as tradicionais relações adversativas do setor
  • Treinamento dos trabalhadores em todos os níveis para aprender a utilizar a Tecnologia da Informação em Geral e o BIM nos canteiros de obra
  • Integração dos agentes da cadeia produtiva: o BIM é uma plataforma aberta, de amplo expectro, colaborativa, interoperável e que permite aos fornecedores trabalhar em soluções integradas e industrializáveis. Dessa maneira as obras “deixarão de empilhar tijolos”
  • Na esfera das obras públicas: abolir a Lei de Responsabilidade das Estatais, que prevê a realização de licitações de obras públicas sem projeto, ou seja, via contratação integrada através do (PL) 555/2016.
  • Adoção do padrão de interoperabilidade IFC nos contratos de obras públicas, permitindo assim que todos os fabricantes de softwares e profissionais de projeto concorram em condições de igualdade
  • Criação de um ‘chapter da buildingSMART’ no Brasil responsável junto com as entidades técnicas e governamentais em estabelecer padrões e protocolos BIM que sejam adotados em todo o Brasil
  • Disponibilização de linhas de financiamento para a pesquisa e desenvolvimento da tecnologia BIM
  • Integração da cadeia produtiva incentivando os fornecedores ao fornecimento de bibliotecas gratuitas e com soluções integradas para usos dos projetistas
  • Orientação para a adoção do BIM nas escolas de Arquitetura e Engenharia desde a graduação
  • Conclusão ágil das normas BIM em andamento
  • Desenvolvimento de legislação profissional específica para o BIM
  • Regulamentação a nível legal dos protocolos BIM a serem adotados no Brasil a curto, médio e longo prazo


Publicado em 10 de março de 2017 / www.makebim.com


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